Do vazio que nada preenche
O coração da gente se enche

Vazio que transborda
Arrasta sentimentos
Zela pela tristeza
Irradia uma frieza
Ostentando desalentos

Quebram-se encantos
Umedece a alma de prantos
Esconde-se em qualquer canto

No breu procura abrigo
Abraça-o feito amigo
Desfaz-se da alegria
A alma se silencia

Perdeu seu rumo
Repousou na escuridão
Excluiu-se do mundo
Em meio a dor da solidão
Não se contentando
Calou a voz do coração
Hoje vive se lamentando
Em busca de emoção

♥ ♥ ♥ ♥ ♥

Essa é minha participação
na 94ª Edição Poemas
do Projeto Bloínques,
cujo tema é:
Do vazio que nada preenche.

Por mais felizes que sejamos
 de vez em quando 
sentimos aquele vazio na alma, 
aquele buraco incômodo lá dentro
 que parece que suga toda sua força de vontade. Fale a respeito desses pequenos 
buracos negros da alma.

Essa é a minha participação
na Semana 3 do blog

Fotos de Quinta,
cujo tema é: Festa Junina.

Na foto, meu filho Marco Antonio.
Na época com 6 anos, 
hoje com 20.

Rabisquei num pedaço de papel
Sonho, desejo e ilusão
Colori com pincel
Em forma de coração

Com delicadeza recortei
Fui direto pro quintal
Nas minhas mãos, os levei
Pendurei lá no varal

Num cantinho me sentei
Fiquei quieta a observar
Cada sonho que sonhei
Junto ao vento a balançar

Desejos insatisfeitos
Fizeram lágrimas rolar
Arrebatando meu peito
Feito faca a dilacerar

De ilusões, desiludida
Tanta coisa foi em vão
Pela estrada já perdida
No descaminho do coração

Amores, desamores,
Decepção, solidão,
Sabores, dissabores,
Aflição, desilusão

Pedacinhos de mim
Dependurados na esperança
De que se acabe o ruim
  Chegando o tempo da bonança

Quando ouço o toque da sanfona
Que alegra o doce arraiá
Muitas lembranças vem a tona
Junto ao papai eu ficava a dançar

Mamãe fazia meu lindo vestido
Nos meus cabelos longos, trança
Cochichava em meu ouvido
És a caipirinha mais linda da festança

Papai com sua camisa xadrez
Remendos na calça espalhados
Sorriso iluminando sua tez
Fazia-o sentir-se renovado

Quando chegávamos lá no arraiá
Orgulhosa com ele eu desfilava
Íamos pra lá e pra cá
Enquanto a quadrilha não começava

Pelas barracas a gente andava
Na época eu não tomava quentão
Com chocolate quente me contentava
E isso tava pra lá de bão

No alto as bandeirinhas
Tremulavam sem parar
E quantas criancinhas
Pra elas ficavam a olhar

Nisso o locutor dizia
A quadrilha vai começar
Invadia-me uma alegria
Começava a saltitar

No braço de papai me enganchava
Lá íamos nós para o salão
A fila já se formava
Lá vinha o toque do acordeão

Segurava a barra do vestido
E lá ia eu no balancê
Espalhando meu sorriso lindo
Você precisava ver

O grande túnel eu adorava
Depois o passeio geral
E quando o baile começava
Animava o arraial

Foi um tempo delicioso
Que eu aproveitei por demais
Papai, um ser humano maravilhoso
Par igual a ele, jamais

Outono foi-se embora
Em dia de chuva se despediu
Chegou o inverno sem demora
Olhou-me nos olhos e sorriu

Fitei-o meio receosa
Pensando o que quis me dizer
Olhei o céu, meio cor-de-rosa
Senti a esperança renascer

Aconcheguei-me em teus braços
Não era fria a sensação
Era como um gostoso mormaço
Invadindo meu coração

Assim recebi o inverno
Essa deliciosa estação
E a ele me prosterno
Com a alma cheia de emoção

Imbróglio
Me deixa tão perdida
Brota em mim, desespero
Respiro fundo, procuro uma saída
Ó que momento mais embaraçoso
Gostaria de num piscar de olhos
Livrar-me de algo tão duvidoso
Impossível, não tem como escapar
O que fazer? Enfrentar!



Figura ilustrativa: 

IMBRÓGLIO:
(italiano imbroglio)
 
(Substantivo masculino)

Significado: 
Situação confusa= Confusão, trapalhada 

A música tocada, toca a alma
acalma a dor, refaz a calma
instila serenidade onde há
tormenta, designa a paz
e de beleza natural
me alimenta.

Ester Marques

♥ ♥ ♥ ♥ 

Chamo-a de amiga Estrela,

um ser humano

de uma sensibilidade ímpar.

Difícil escolher algo dela

para abrilhantar o Rabiscos,

pois tudo sempre me toca

de um jeito indescritível.
Mas como tenho paixão
por música e alma,
resolvi compartilhar
essa magia com vocês.

Amiga querida,
gosto por demais da conta de ti.
Obrigada por existir
e ser tão especial assim.

Aproveito para desejar
a todos, uma semana de paz,
alegrias e muitas bençãos.

Beijos e abraços de urso
para cada amigo especial
que por aqui venha a passar.

E que tal dar uma passadinha
lá pelo delicioso cantinho 
de minha amiga Estrela?
Você vai amar.
Basta clicar em:

Es terna

Ando meio abismada
Com algo que a acontecer está
Já em várias madrugadas
O céu fico a observar

Com dor no pescoço eu fico
Mas de procurar não desisto
Uma das três Marias, com afinco
Em noites estreladas, insisto

Já sai no meio da rua
Rodei a cabeça até ficar tonta
Mas a visão continua
Isso muito me desaponta

Vejo um vago no meio
Onde a terceira Maria deveria estar
O céu de estrelas tão cheio
E essa Maria onde foi morar?

Vejo o cruzeiro do sul
Às vezes uma estrela cadente
Caindo do lindo céu azul
Algo de muito envolvente

Por um segundo me distraio
E lá faço eu um pedido
Veloz como um raio
Querendo que seja atendido

E mais uma vez lá estou eu
Olhando os detalhes do céu
Não creio que Maria se perdeu
Deve estar encoberta por um véu

Acho que vou comprar uma luneta
Pois preciso encontrar Maria
Ou quem sabe desenhá-la com caneta
Pra acabar de vez essa agonia

Se por um acaso você
Encontrar Maria por aí
Diga pra ela aparecer
E nunca mais sumir

Pois sem a presença sua
A magia se desfaz
Minh'alma se amua
Meu coração fica sem paz

(Apesar de parecer loucura,
Faço isso com frequência
É meu jeito de menina pura
Viver nessa insistência

Sou sonhadora, não nego
Isso faz parte de mim
Esse desejo em mim carrego
Quero ver Maria enfim)

Tentativa de rabiscar
Dizer o que estou sentindo
Mas meus sentidos estão a falhar
Meu interior já está dormindo

Dopada de medicamentos
Que tiram minha identidade
Mascaram meu sofrimento
Fico que é só fragilidade

E quando passa o efeito
Sinto que tanta coisa perdi
Tento voltar, mas não me ajeito
É como se não estivesse aqui

De mim sinto saudade
Do tempo que era feliz
Que agia com naturalidade
Com ares primaveris

Tinha uma fé danada na vida
Não sabia o que era a depressão
Pra tudo encontrava saída
Vivia intensamente cada emoção

Vivo a me questionar
Como isso aconteceu comigo
Respostas não estou a encontrar
Só sei que não é nada fácil meu amigo

Me pergunto, quando hei de me curar
Pois já não suporto por isso passar
Tratamento daqui e de lá
E nada de melhorar

Agora estou na espera
Do corpo não mais se aguentar
Isso tudo me desespera
Tenho medo de me deitar

Pois a sensação que eu sinto
É que não vou conseguir respirar
É verdade, eu não minto
É como se me faltasse o ar

Muitas vezes dormi sentada
Acordei com o pescoço travado
Isso não é uma boa noitada
Parecia ter sido açoitado

Agora preciso ir
Pápebras a pestanejar
Espero conseguir dormir
E com mais esperança, acordar

(eu à caminho de Angra)

Era o ano de 1987
Pra Angra dos Reis fui passear
Mal sabendo que naquela viagem
Alguém especial iria encontrar

Em uma tarde deliciosa
De um gostoso verão
As mesinhas todas lotadas
Daquele aconchegante calçadão

De repente percebi um olhar
Que se fixava em mim
Tentei aos poucos disfarçar
Mas confesso, não consegui

Com seu copo de cerveja
Um brinde a mim levantou
Dei um sorriso bem tímido
Mas meu coração disparou

Passamos a trocar olhares
Sorrisos inebriantes
Algo de especial acontecia
Que momento emocionante

Quando fui me retirar
Passei perto de sua mesa
Assim que me viu, se levantou
Dirigiu-se até mim com afoiteza

Acompanhou-me até o carro
Por longo tempo ficamos a conversar
A atração era mútua
Logo estávamos a nos beijar

Trocamos telefone e endereço
E um belo dia em minha cidade ele veio
Pediu-me em namoro ao papai
Sem qualquer tipo de receio

Tinha eu vinte e sete anos
Mas a moda antiga fui criada
Se papai não autorizasse
Tudo daria em nada

Mas por sorte minha
Papai dele gostou
E sem muito questionar
Nosso namoro aprovou

Ele vinha a cada quinze dias
E fomos nos apaixonando
Quando era hora dele ir embora
Na rodoviária eu ficava chorando

Nesse intervalo de tempo
Várias cartas trocávamos
Cheias de declarações
Ah! Como nos amávamos

Namoramos por quase dois anos
Mas nisso papai faleceu
Mamãe resolveu mudar de cidade
Nosso amor assim se perdeu

Tentei ainda alguns contatos
Mas o senti bem distante
Dando muitas desculpas
Que coisa mais humilhante

Um dia recebi um telefonema
E ele me disse assim
Agora que estás mais distante
Melhor colocarmos um fim

Chorei por muitos dias
Pensei que não fosse suportar
Mas como diz o velho ditado
Tudo nessa vida há de passar

Ainda guardo comigo
Deliciosas recordações
De um namoro tão lindo
Cheio de alegrias e emoções

Mesmo depois de tantos anos
Especial confesso ele ter sido
Um namorado que muito amei
E fez meu mundo colorido

Madrugada, silêncio
Desilusão e lembrança
Você, de tão distante
Chega e trás esperança
Sussurra em meu ouvido
Deixa-me tal qual criança

Sonhando em colorido
E feito boba a sorrir
Com vontade de te amar
Nos teus braços me sentir
Carinhada e acolhida
Alma em paz a reflorir

O calor do beijo teu
Toma conta do meu ser
Arrepia-me, deliro
Faz meu corpo estremecer
O desejo em mim aflora
Enlouqueço de prazer

Por inteira me entrego
Sinto o toque de tua mão
Teu cheiro me embriaga 
Desperta em mim o tesão
Nessa noite sou só tua
Você é minha perdição

Perder o medo
Ceder de repente,
Trocar restos
Pelo presente

Mandar pelos ares
Todo tormento
Poder se doar
A cada momento

Sem rodear
Sem se atormentar

Tentar ser amor
Calor total
A dor some
Alto astral
Solto pelo ar
A soar normal

Sem se apressar
Sereno se mostrar
Somar amores
Mandar o mal passear

Com toda calma
A alma tocar
Ter asas, 
Contar estrelas
Se acalentar
Entender como é doce amar
Corpo e alma
Sempre presente estar

♥ ♥ ♥

Essa é a minha participação

no desafio n°8 do

histórias em 77 palavras,
que é o seguinte:
Como já devem saber, 
estamos em crise.
Mas sabiam que a crise
também pode chegar ao abecedário?
É verdade. pode...e chegou.
A nossa história,
vai ter de uma apenas e só
estas letras:
A E O T R S P L M N D C
E é claro, com 77 palavras.

Confesso, Tico e Teco, piraram...rsrs.

Fiquei pensando o que dizer
Sobre essa palavra, "cuidar"
Pensei em mim, em você
No nosso jeito de amar

Lembrei de uma semente
Que plantada foi com carinho
E de modo paciente
Esperamos pelo primeiro brotinho

Mas na correria da vida
Esquecemos de regar
E ela entristecida
Não conseguiu vingar

Assim foi o nosso amor
Que dia a dia foi mudando
Começou a causar dor
Fomos nos afastando

Foi quando, em forma de sonho
Um anjo veio me falar
Uma coisa eu te proponho
Outra chance, a esse amor, deves dar

Pensei o quanto perdemos
Por não saber cuidar
Aos poucos, entristecemos
Tentamos consertar

Agora com jeitinho especial
Desse amor vamos cuidar
Vai brilhar feito cristal
Além-céu, além-mar

(versos de ficção)

(Rabiscado por Majoli)

 ♥ ♥ ♥ 
 

Essa é a minha participação

no 11º Encontro do blog

Ideias Compartilhadas,

cujo tema é CUIDAR.

Nossas almas se buscam
Num perfeito enlace
A brisa beija minha face
Corações se chamuscam

Nossas almas que pelo universo
Feito nuvens se esbarram
Numa ânsia doida, se agarram
Compondo assim um lindo verso

Nossas almas não tem cheiro
Sobrevivem de sintonia
Juntas eclodem em euforia
Em jeito puro e verdadeiro

Nosso amor vai além do coração
Ele é um amor de alma
Que chega, cativa e acalma
Causando-nos extasiante emoção

(Rabiscado por Majoli)

Borboletas pousaram em seu coração
Doce mente, abelhas procriam.
Libélulas... Fascinadas procuram abrigo
Faz-me feliz

Vaguei em lumes in (can) descentes
Só rateiro em abrigo desesperei
Hábil mente, voltei.
Só quis te amar.

Bis, ouro tremula nas paredes.
Fartas marias pousam
Em acordes de néon
Sucumbo procurando.

Van (esperança) adio espera.
Comprometo como era... Vem
Com dor... Mas traga
ESPERANÇA.

 ♥    
♥   
 ♥    
♥   
♥   

Essa linda poesia,
foi feita especialmente para mim.
Isso foi no ano de 2006,
mas hoje eu a ganhei de novo,
tendo o poeta de volta em minha vida.